MIRA SCHENDEL
Museu de Serralves
Rua D. João de Castro, 210 - Porto
de 1/3/2014 a 24/6/2014
Arte é nostalgia de Deus, não precisa pintar aquilo que se vê, nem aquilo que se sente, mas aquilo que vive em nós [...]. Tanta dor me levou a um meio de expressão. Não sei se minha pintura é grande, só sei que é arte.
-- Mira Schendel
Esta será a primeira grande exposição em Portugal de Mira Schendel. Pouco conhecida no nosso país — onde expôs individualmente uma única vez em 1966, na Galeria Buchholz, em Lisboa —, Schendel conta-se entre os mais prolíficos e significativos artistas latino-americanos. Contemporânea de Lygia Clark e Helio Oiticica, com eles contribuiu para redefinir a linguagem do modernismo europeu no Brasil.
Nascida em Zurique em 1919, Schendel viveu em Milão e Roma antes de emigrar para o Brasil em 1949. Em 1953, fixou-se em São Paulo, onde viveu e trabalhou até à sua morte, em 1988. A experiência precoce de deslocações culturais, geográficas e linguísticas e um profundo interesse pela história da religião e pela filosofia marcam todo o seu trabalho. Além de ajudar a criar no Brasil um círculo de intelectuais oriundos de áreas diversas do conhecimento (psicanálise, literatura, filosofia, teologia) – muitos, entre eles Vilém Flusser, judeus emigrados como ela –, Schendel manteve contacto com vários pensadores europeus, como Jean Gebser, Max Bense e Umberto Eco.
A presente exposição, que reúne mais de 200 pinturas, esculturas e desenhos da artista, alguns apresentados pela primeira vez, constitui uma oportunidade inédita para avaliar a singularidade, a vastidão e a importância da obra e a variedade de temas e meios explorados pela artista. As primeiras pinturas (1955?65), muito raramente exibidas, ajudam a perceber o confronto, transversal a todo o seu notável percurso, entre impulsos figurativos e complexidades geométricas. A paradigmática série Droguinhas (1965?66) ? esculturas de papel de arroz originalmente expostas na Signals Gallery, em Londres, em 1966 ? ilustram de forma exemplar a tensão entre a fragilidade dos materiais e a força com que são transmutados em esculturas. Apresentados pela primeira vez na Bienal de Veneza de 1968, os Objetos Gráficos evidenciam a muito singular abordagem de temas relacionados com a linguagem e o significado. A seu lado estarão algumas das mais emblemáticas instalações (como Ondas Paradas de Probabilidade, de 1969, e Variantes, de 1977) e a última série de pinturas de Mira Schendel.
Comissariado: Tanya Barson (Curadora de Arte Internacional, Tate Modern) e Taisa Palhares (Curadora, Pinacoteca do Estado de São Paulo)
Museu de Serralves
Rua D. João de Castro, 210 - Porto
de 1/3/2014 a 24/6/2014
Arte é nostalgia de Deus, não precisa pintar aquilo que se vê, nem aquilo que se sente, mas aquilo que vive em nós [...]. Tanta dor me levou a um meio de expressão. Não sei se minha pintura é grande, só sei que é arte.
-- Mira Schendel
Esta será a primeira grande exposição em Portugal de Mira Schendel. Pouco conhecida no nosso país — onde expôs individualmente uma única vez em 1966, na Galeria Buchholz, em Lisboa —, Schendel conta-se entre os mais prolíficos e significativos artistas latino-americanos. Contemporânea de Lygia Clark e Helio Oiticica, com eles contribuiu para redefinir a linguagem do modernismo europeu no Brasil.
Nascida em Zurique em 1919, Schendel viveu em Milão e Roma antes de emigrar para o Brasil em 1949. Em 1953, fixou-se em São Paulo, onde viveu e trabalhou até à sua morte, em 1988. A experiência precoce de deslocações culturais, geográficas e linguísticas e um profundo interesse pela história da religião e pela filosofia marcam todo o seu trabalho. Além de ajudar a criar no Brasil um círculo de intelectuais oriundos de áreas diversas do conhecimento (psicanálise, literatura, filosofia, teologia) – muitos, entre eles Vilém Flusser, judeus emigrados como ela –, Schendel manteve contacto com vários pensadores europeus, como Jean Gebser, Max Bense e Umberto Eco.
A presente exposição, que reúne mais de 200 pinturas, esculturas e desenhos da artista, alguns apresentados pela primeira vez, constitui uma oportunidade inédita para avaliar a singularidade, a vastidão e a importância da obra e a variedade de temas e meios explorados pela artista. As primeiras pinturas (1955?65), muito raramente exibidas, ajudam a perceber o confronto, transversal a todo o seu notável percurso, entre impulsos figurativos e complexidades geométricas. A paradigmática série Droguinhas (1965?66) ? esculturas de papel de arroz originalmente expostas na Signals Gallery, em Londres, em 1966 ? ilustram de forma exemplar a tensão entre a fragilidade dos materiais e a força com que são transmutados em esculturas. Apresentados pela primeira vez na Bienal de Veneza de 1968, os Objetos Gráficos evidenciam a muito singular abordagem de temas relacionados com a linguagem e o significado. A seu lado estarão algumas das mais emblemáticas instalações (como Ondas Paradas de Probabilidade, de 1969, e Variantes, de 1977) e a última série de pinturas de Mira Schendel.
Comissariado: Tanya Barson (Curadora de Arte Internacional, Tate Modern) e Taisa Palhares (Curadora, Pinacoteca do Estado de São Paulo)