ANNA MARIA MAIOLINO
PONTO A PONTO
Galeria Luisa Strina
rua Padre Joao Manuel, 755 loja 2 - São Paulo
08 Outubro — 14 Novembro 2014
Ao longo das últimas cinco décadas, Anna Maria Maiolino desenvolveu um corpo de trabalho variado, explorando continuamente, processos criativos, o deslocamento, o desejo e a identidade. Em Ponto a Ponto, primeira exposição individual de Anna Maria na Galeria Luisa Strina, a artista apresenta trabalhos em diferentes suportes desenvolvidos nos últimos cinco anos: desenhos, fotografias, vídeos, esculturas.
Para produzir algumas destas obras, a artista empregou métodos artesanais típicos de ateliê, enquanto, para outras, utilizou novas mídias: fotografia e vídeo. Assim sendo, desequilíbrio e mutação são constantes dentro do conjunto: todas as obras carregam seus próprios significados, que ora se aproximam, ora se afastam entre si.
Este universo criativo, composto por uma gama variada de interesses, é articulado na obra de Anna Maria Maiolino não só no processo de elaboração da série, mas também ao longo de toda a sua prática. A atitude da artista em relação aos materiais e à temporalidade produz um retorno criativo a várias fases de sua carreira e, por isso, ela deu a esta mostra o título de Ponto a Ponto.
“Achei oportuno este título porque ele sublinha a ideia do uso de um corpo de sentidos articulado na diversidade das técnicas.
A partir de 1990 comecei a trabalhar com o método tradicional da escultura moldada, processo que segue três etapas: primeiro se realiza o positivo em argila; depois se retira a argila do molde e se isola este molde com estearina; por fim, na terceira e última etapa do processo, recheia-se o molde com argamassa de cimento ou gesso, originando assim o positivo final, o objeto propriamente dito. Caso se queria fundir o objeto em metal, cria-se um positivo em cera através do molde e depois este positivo é fundido.
No processo da escultura moldada encontro pela primeira vez à argila. Uma cosmovisão então se faz presente e provoca em mim a reconquista do tátil. O trabalho se reconecta com um caráter topológico, já que, se colocarmos um pedaço de argila sobre uma superfície, por si mesma ela forma uma topologia.
A série de esculturas-instalações presentes na exposição, realizadas com cerâmica raku, iniciada em 2010 e intitulada Preposições, se instaura na repetição de formas primas, básicas, produzidas pela ação das mãos na compactação da matéria, a argila.
Esta série tem tudo a ver com as grandes instalações de argila sem cozer da série Terra Modelada iniciada em 1994. A argila é elaborada in loco, como na última dOCUMENTA (13) de Kassel, em 2012.
As diferentes séries de desenhos são resultantes da série Codificações Matéricas iniciado em 1994. Naquele momento, os denominei assim porque, depois do meu encontro com a argila, meu desenho adquiriu uma nova consciência material e novas formas de existir.
Quer dizer, passei a desenhar com a ação consciente das inter-relações matéricas: minhas pulsões, a tinta e a força de gravidade.
Meu trabalho com os suportes super-8, vídeo, fotografia e som são práticas de experimentação movida por um grande desejo de liberdade. Os resultados são estratagemas de trabalho, manobras para a criação.”
Anna Maria Maiolino, maio de 2014
Anna Maria Maiolino nasceu em 1942 em Scalea na Itália e vive no Brasil desde 1960. Em 1967 entra para o importante show “New Objetividade Brasileira”, organizado por críticos e artistas (entre eles Hélio Oiticica). Sua mostra no Centro Cultural Candido Mendes (Rio de Janeiro, Brasil), em 1989, é premiada pela Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA. Em 2012 participa da dOCUMENTA (13), em Kassel, Alemanha. Também em 2012 a artista recebe o Prêmio MASP Mercedes-Benz de Artes Visuais, 1ª edição, pelo conjunto de sua obra. Participam do júri de premiação; Teixeira Coelho, curador do MASP; Chris Dercon, diretor da Tate Modern, Londres; José Roca, curador de arte latino-americana da Tate Modern; Paulo Herkenhoff diretor do MAR – Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro; Moacir dos Anjos, curador independente. Em 2010, a Fundação Tàpies, em Barcelona, Espanha, organiza uma retrospectiva de seu trabalho, que viaja para o Centro Galego de Arte Contemporânea, em Santiago de Compostela (Espanha), e Malmö Konsthall (Suécia). Nesse mesmo ano participa da 29a Bienal de São Paulo (Brasil) e de uma exposição coletiva no MoMA, em Nova York (EUA), além de se apresentar individualmente em Londres (Inglaterra) e Milão (Itália). Nos anos anteriores tem mostras individuais no Pharos Centre for Contemporary Art (Chipre), em 2007, no Miami Art Centre – MAC (EUA), em 2006, e na Pinacoteca do Estado (São Paulo, Brasil), em 2005. Em 2002 expõe numa retrospectiva no The Drawing Center, em Nova York (EUA), em que ocorre o lançamento do livro A Life Line / Life Apart. Coletivamente, participa em 2009 da 7a Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (Brasil), do MAM 60 – OCA, em São Paulo (Brasil) em 2008, e de exposições realizadas no MOCA, em Los Angeles (EUA), em 2007, na Fundação Cisneros Fontanals Art, em 2006, no Museu de Arte Contemporânea de Chicago (EUA), em 2005, e no MAM-RJ (Brasil), em 2004.
PONTO A PONTO
Galeria Luisa Strina
rua Padre Joao Manuel, 755 loja 2 - São Paulo
08 Outubro — 14 Novembro 2014
Ao longo das últimas cinco décadas, Anna Maria Maiolino desenvolveu um corpo de trabalho variado, explorando continuamente, processos criativos, o deslocamento, o desejo e a identidade. Em Ponto a Ponto, primeira exposição individual de Anna Maria na Galeria Luisa Strina, a artista apresenta trabalhos em diferentes suportes desenvolvidos nos últimos cinco anos: desenhos, fotografias, vídeos, esculturas.
Para produzir algumas destas obras, a artista empregou métodos artesanais típicos de ateliê, enquanto, para outras, utilizou novas mídias: fotografia e vídeo. Assim sendo, desequilíbrio e mutação são constantes dentro do conjunto: todas as obras carregam seus próprios significados, que ora se aproximam, ora se afastam entre si.
Este universo criativo, composto por uma gama variada de interesses, é articulado na obra de Anna Maria Maiolino não só no processo de elaboração da série, mas também ao longo de toda a sua prática. A atitude da artista em relação aos materiais e à temporalidade produz um retorno criativo a várias fases de sua carreira e, por isso, ela deu a esta mostra o título de Ponto a Ponto.
“Achei oportuno este título porque ele sublinha a ideia do uso de um corpo de sentidos articulado na diversidade das técnicas.
A partir de 1990 comecei a trabalhar com o método tradicional da escultura moldada, processo que segue três etapas: primeiro se realiza o positivo em argila; depois se retira a argila do molde e se isola este molde com estearina; por fim, na terceira e última etapa do processo, recheia-se o molde com argamassa de cimento ou gesso, originando assim o positivo final, o objeto propriamente dito. Caso se queria fundir o objeto em metal, cria-se um positivo em cera através do molde e depois este positivo é fundido.
No processo da escultura moldada encontro pela primeira vez à argila. Uma cosmovisão então se faz presente e provoca em mim a reconquista do tátil. O trabalho se reconecta com um caráter topológico, já que, se colocarmos um pedaço de argila sobre uma superfície, por si mesma ela forma uma topologia.
A série de esculturas-instalações presentes na exposição, realizadas com cerâmica raku, iniciada em 2010 e intitulada Preposições, se instaura na repetição de formas primas, básicas, produzidas pela ação das mãos na compactação da matéria, a argila.
Esta série tem tudo a ver com as grandes instalações de argila sem cozer da série Terra Modelada iniciada em 1994. A argila é elaborada in loco, como na última dOCUMENTA (13) de Kassel, em 2012.
As diferentes séries de desenhos são resultantes da série Codificações Matéricas iniciado em 1994. Naquele momento, os denominei assim porque, depois do meu encontro com a argila, meu desenho adquiriu uma nova consciência material e novas formas de existir.
Quer dizer, passei a desenhar com a ação consciente das inter-relações matéricas: minhas pulsões, a tinta e a força de gravidade.
Meu trabalho com os suportes super-8, vídeo, fotografia e som são práticas de experimentação movida por um grande desejo de liberdade. Os resultados são estratagemas de trabalho, manobras para a criação.”
Anna Maria Maiolino, maio de 2014
Anna Maria Maiolino nasceu em 1942 em Scalea na Itália e vive no Brasil desde 1960. Em 1967 entra para o importante show “New Objetividade Brasileira”, organizado por críticos e artistas (entre eles Hélio Oiticica). Sua mostra no Centro Cultural Candido Mendes (Rio de Janeiro, Brasil), em 1989, é premiada pela Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA. Em 2012 participa da dOCUMENTA (13), em Kassel, Alemanha. Também em 2012 a artista recebe o Prêmio MASP Mercedes-Benz de Artes Visuais, 1ª edição, pelo conjunto de sua obra. Participam do júri de premiação; Teixeira Coelho, curador do MASP; Chris Dercon, diretor da Tate Modern, Londres; José Roca, curador de arte latino-americana da Tate Modern; Paulo Herkenhoff diretor do MAR – Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro; Moacir dos Anjos, curador independente. Em 2010, a Fundação Tàpies, em Barcelona, Espanha, organiza uma retrospectiva de seu trabalho, que viaja para o Centro Galego de Arte Contemporânea, em Santiago de Compostela (Espanha), e Malmö Konsthall (Suécia). Nesse mesmo ano participa da 29a Bienal de São Paulo (Brasil) e de uma exposição coletiva no MoMA, em Nova York (EUA), além de se apresentar individualmente em Londres (Inglaterra) e Milão (Itália). Nos anos anteriores tem mostras individuais no Pharos Centre for Contemporary Art (Chipre), em 2007, no Miami Art Centre – MAC (EUA), em 2006, e na Pinacoteca do Estado (São Paulo, Brasil), em 2005. Em 2002 expõe numa retrospectiva no The Drawing Center, em Nova York (EUA), em que ocorre o lançamento do livro A Life Line / Life Apart. Coletivamente, participa em 2009 da 7a Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (Brasil), do MAM 60 – OCA, em São Paulo (Brasil) em 2008, e de exposições realizadas no MOCA, em Los Angeles (EUA), em 2007, na Fundação Cisneros Fontanals Art, em 2006, no Museu de Arte Contemporânea de Chicago (EUA), em 2005, e no MAM-RJ (Brasil), em 2004.