CASA 7 NO PIVÔ
curador Eduardo Ortega
Edifício Copan, loja 54
Avenida Ipiranga 200 - São Paulo
13/6/2015 - 29/8/2015
O Pivô inaugura o programa “Fora da caixa” com a mostra coletiva “Casa 7 no Pivô”. A curadoria de Eduardo Ortega foca na produção, durante os anos de 1984 e 1985, dos artistas Paulo Monteiro, Nuno Ramos, Fábio Miguez, Carlito Carvalhosa e Rodrigo Andrade, que fizeram da casa número 7 de uma vila em Pinheiros, São Paulo, um ateliê compartilhado. O ateliê e o intenso convívio entre os artistas foi o ponto de partida para a criação de um coletivo homônimo ao endereço. A exposição abrange a época de consagração do grupo, durante os dois últimos anos de convivência desses artistas no mesmo espaço.
O grupo Casa 7 continua tendo grande relevância para a cena artística brasileira. Nos anos 80, o coletivo trouxe como proposta a reafirmação da pintura. Os jovens artistas vivenciaram um processo de formação pública: as obras produzidas no ateliê eram simultaneamente expostas, optando de forma corajosa e arriscada por mostrar tanto acertos quanto erros. Nas pinturas da Casa 7 podemos ver o processo aparente na obra, as marcas da fatura estão impressas no resultado final dos trabalhos. Esses artistas estavam interessados em uma pintura impulsiva e catártica, opondo-se a uma arte discursiva tão em voga nos dias de hoje: a prática do fazer vinha antes da conceitualização dos trabalhos. O neoexpressionismo alemão foi uma forte influência, bem como o pintor norte-americano Philip Guston.
Um extenso denominador comum formou-se nas obras desses artistas, ainda que assinadas individualmente. A amplitude dessa fusão abarca desde a escolha de técnicas até o exercício de certa linguagem plástica: todos produziram pinturas em esmalte sintético sobre papel craft em 1984 e depois migraram para o óleo sobre tela no ano seguinte. Pode-se explicar que eram materiais mais baratos e acessíveis naquele momento, mas também é inegável que houve uma decisão comum intencional. Na mostra no Pivô, serão exibidos dois trabalhos (um esmalte sintético sobre papel craft e um óleo sobre tela) de cada um dos cinco integrantes.
Exibir a produção da Casa 7 torna-se ainda mais relevante quando se pensa sobre a questão da autoria, assunto tão recorrente na prática contemporânea.
Por fim, vale ressaltar a reafirmação da pintura de emplastro que a Casa 7 tomou para si, mesmo sob a pressão de um contexto artístico nacional que caminhava para outra direção. Esses jovens artistas não se propuseram a desdobrar o projeto construtivista brasileiro, nem tampouco responder à tradição da arte concreta ou neoconcreta. Também não deram continuidade às práticas conceituais e políticas versadas no país, mas apresentaram uma vertente independente e uma poética própria.
Além de hospedar o grupo homônimo, a Casa 7 funcionou também como ponto de encontro frutífero de uma geração de escritores, cineastas, músicos e outros artistas. Foi um dos mais importantes centros germinadores de cultura da cidade de São Paulo no anos 80 e sua influência se nota até hoje.
curador Eduardo Ortega
Edifício Copan, loja 54
Avenida Ipiranga 200 - São Paulo
13/6/2015 - 29/8/2015
O Pivô inaugura o programa “Fora da caixa” com a mostra coletiva “Casa 7 no Pivô”. A curadoria de Eduardo Ortega foca na produção, durante os anos de 1984 e 1985, dos artistas Paulo Monteiro, Nuno Ramos, Fábio Miguez, Carlito Carvalhosa e Rodrigo Andrade, que fizeram da casa número 7 de uma vila em Pinheiros, São Paulo, um ateliê compartilhado. O ateliê e o intenso convívio entre os artistas foi o ponto de partida para a criação de um coletivo homônimo ao endereço. A exposição abrange a época de consagração do grupo, durante os dois últimos anos de convivência desses artistas no mesmo espaço.
O grupo Casa 7 continua tendo grande relevância para a cena artística brasileira. Nos anos 80, o coletivo trouxe como proposta a reafirmação da pintura. Os jovens artistas vivenciaram um processo de formação pública: as obras produzidas no ateliê eram simultaneamente expostas, optando de forma corajosa e arriscada por mostrar tanto acertos quanto erros. Nas pinturas da Casa 7 podemos ver o processo aparente na obra, as marcas da fatura estão impressas no resultado final dos trabalhos. Esses artistas estavam interessados em uma pintura impulsiva e catártica, opondo-se a uma arte discursiva tão em voga nos dias de hoje: a prática do fazer vinha antes da conceitualização dos trabalhos. O neoexpressionismo alemão foi uma forte influência, bem como o pintor norte-americano Philip Guston.
Um extenso denominador comum formou-se nas obras desses artistas, ainda que assinadas individualmente. A amplitude dessa fusão abarca desde a escolha de técnicas até o exercício de certa linguagem plástica: todos produziram pinturas em esmalte sintético sobre papel craft em 1984 e depois migraram para o óleo sobre tela no ano seguinte. Pode-se explicar que eram materiais mais baratos e acessíveis naquele momento, mas também é inegável que houve uma decisão comum intencional. Na mostra no Pivô, serão exibidos dois trabalhos (um esmalte sintético sobre papel craft e um óleo sobre tela) de cada um dos cinco integrantes.
Exibir a produção da Casa 7 torna-se ainda mais relevante quando se pensa sobre a questão da autoria, assunto tão recorrente na prática contemporânea.
Por fim, vale ressaltar a reafirmação da pintura de emplastro que a Casa 7 tomou para si, mesmo sob a pressão de um contexto artístico nacional que caminhava para outra direção. Esses jovens artistas não se propuseram a desdobrar o projeto construtivista brasileiro, nem tampouco responder à tradição da arte concreta ou neoconcreta. Também não deram continuidade às práticas conceituais e políticas versadas no país, mas apresentaram uma vertente independente e uma poética própria.
Além de hospedar o grupo homônimo, a Casa 7 funcionou também como ponto de encontro frutífero de uma geração de escritores, cineastas, músicos e outros artistas. Foi um dos mais importantes centros germinadores de cultura da cidade de São Paulo no anos 80 e sua influência se nota até hoje.