lunedì 1 aprile 2013

O GESTO E O SIGNO - WHITE CUBE, SAO PAULO



O GESTO E O SIGNO
curadora Susan May
White Cube
Rua Agostinho Rodrigues Filho 550 (Vila Mariana) - Sao Paulo
2/4/2013 - 8/6/2013

A galeria White Cube abre, no dia 3 de abril, a mostra coletiva ‘O Gesto e o Signo’, reunindo uma série de trabalhos recentes de alguns dos principais nomes da arte contemporânea internacional: Kristin Baker, Mark Bradford, Damien Hirst, Sergej Jensen, Jacob Kassay, Julie Mehretu, David Ostrowski, Sterling Ruby e Daniel Senise. É a segunda exposição no espaço paulistano desde a sua instalação definitiva no país, em dezembro do ano passado, quando recebeu a individual da artista inglesa Tracey Emin. Simultaneamente à inauguração da nova mostra, a White Cube acaba de anunciar a brasileira Karla Meneghel como diretora da galeria na capital paulista.
“Estamos encantados por ter alguém com a experiência da Karla na direção da nossa galeria em São Paulo. É um projeto pioneiro e não tenho dúvidas de que ela contribuirá para o sucesso da casa não apenas no Brasil, mas também na América do Sul”, afirma Jay Jopling, fundador da White Cube, lembrando que ela foi uma das fundadoras da prestigiada Galeria Camargo Vilaça e uma das criadoras da editora Cobogó, dedicada à cultura contemporânea, com foco em livros de arte.
O ponto de interseção entre as obras é o método de criação baseado em aspectos pictóricos de abstração lírica. Com ênfase no processo tangível da pintura, tanto a abstração lírica como a gestual podem ser caracterizadas por técnicas regidas pela interação do artista com o acaso, a intuição e a circunstância. Engatilhado por uma variedade de condições e impulsos, as pinturas e trabalhos em papel expostas na mostra compartilham o mesmo propósito: a primazia dada ao gesto, ao signo e ao material.
Artistas como o americano Mark Bradford, a etíope Julie Mehretu, o alemão Sterling Ruby e o brasileiro Daniel Senise aplicam a abstração como meio de observar, discutir ou desconstruir um mundo que sofre constante e crescente mediação. Em sua composição em grande escala, Bradford usa materiais encontrados nos arredores de seu estúdio em Los Angeles (no caso, um pôster que oferece os serviços comerciais de um advogado de pequenas causas) como o ponto de partida para um políptico épico, denso e visualmente complexo. As telas alucinatórias em tinta spray de Sterling Ruby também evidenciam as influências de sua vizinhança local, representando as guerras de poder promovidas pelas gangues de grafiteiros.
Os trabalhos dinâmicos e em camadas de Julie Mehretu apresentam gestos intuitivos, signos visuais e informações arquitetônicas que resultam num turbilhão de tempo, espaço e história da arte, enquanto as composições abstratas de Daniel Senise incorporam materiais impregnados de história, cobertos por um imaculado monocromo branco que vela o seu passado.
O acidente, a falha e a alquimia exercem um papel importante nas pinturas do dinamarquês Sergej Jensen, o alemão David Ostrowski e o americano Jacob Kassay. No trabalho de Jensen, tecidos tais como juta, linho e lã são incorporados para criar pinturas minimalistas que focam no incidental e no aleatório. Da mesma forma, a prática de David Ostrowski abraça a ideia de tentativa e erro, produzindo uma gama de ‘imperfeições’ gestuais em seu Fehlermalerei (pinturas erradas). Em suas pinturas prateadas, Jacob Kassay cobre as telas com acrílico branco antes de tratá-las com um processo químico que transforma as suas superfícies em variações cintilantes sobre o monocromo.
A imprevisibilidade nas pinturas rotativas do inglês Damien Hirst aponta à fundação da abstração gestual, que apoia a sua significância em técnicas tais como o gotejamento, a pincelada sutil e o arremesso de tinta na tela. A execução energética da pintura é governada pelo controle do artista e a proximidade do gesto é capturada e trancada em um instante. No trabalho da americana Kristin Baker, previamente descrito como “pintura distópica de campo de cor”, os contornos são compostos de forma deliberada usando bordas com fitas e lavagens extensas de cores luminosas, nos quais marcas gestuais e traços são adicionados espontaneamente em seguida.

‘O Gesto e o Signo’ tem curadoria de Susan May, diretora artística da White Cube.